(Pode conter Spoilers!)
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Entertainment Weekly: Antes de comerçarmos a entrevista, vamos clariar algumas coisas.
Os novos membros do elenco vão interpretar personagens regulares ou apenas provisórios?
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Damon Lindelof: Nenhum dos atores vai participar em apenas um episódio. Alguns deles vão ter histórias distribuídas ao longo da temporada, outros vão participar intensivamente no início e podem ou não continuar, outros poderão ser personagens regulares nas temporadas seguintes - não queremos divulgar quem é quem, porque, sinceramente, nem os próprios atores sabem.
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EW: Compreendido. Agora, outra questão: Nas últimas semanas, temos visto descrições do elenco de alguns personagens - temos Russell, "um matemático brilhante", Charlotte, uma "académica bem sucedida", Arthur Stevens, "um recrutador corporativo rude". Estas descrições e nomes estão corretos? Porque me disseram que não podemos dar muita credibilidade, são apenas descrições por alto, daquilo que vocês pretendem.
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DL: As suas citações estão mais ou menos corretas, mas não quero adiantar se para mais ou para menos.
Carlton Cuse: Na verdade, nós pedimos aos atores que leiam cenas falsas e atribuímos-lhes nomes de personagens falsos, pois essas páginas de casting viajam tanto que não existe outra forma de manter segredo. Então temos de encontrar cenas falsas, mas análogas, que nos mostrem as qualidades de um ator, mas não revelem qual o papel que ele vai interpretar. Portanto sim, as informações que há por aí não estão totalmente corretas.
DL: Na verdade, apenas um dos nomes de personagens está literalmente correto.
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EW: Compreendido. Porque contrataram Ken Leung?
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DL: Na manhã seguinte à exibição do episódio de "The Sopranos" em que ele participou, eu disse ao Carlton, "Já viu esse episódio? Há um ator naquela série - não vou dizer quem é - gostaria de saber se ele te causa a mesma impressão que causou a mim". Na manhã seguinte, Carlton veio até mim, depois de ter visto o episódio, e disse-me "Ken Leung?". E eu disse "Bingo". Estávamos ainda em pós-produção quando esse episódio foi exibido, em meados de Maio, e tentamos imediatamente contactá-lo, descobrimos que era um ator de Nova Iorque e que estava despertando muito interesse. Por isso, quando voltamos de férias, ligamos para ele e, por sorte, ele mostrou-se disponível e interessado. O personagem que Ken interpreta foi escrito especificamente para ele. Mais ninguém fez audição para esse papel. Tinha de ser ele.
CC: De fato, dada a construção da personagem, esta não teria sido a mesma se não pudéssemos ter o Ken na série. É tão especificamente desenhado para o papel, e acreditamos que ele consegue faze-lo como ator, caso não desse certo teríamos que reescrever quase por completo o roteiro, se ele tivesse rejeitado o convite.
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EW: Como sou fã de "The Wire", curto o trabalho de Lance Reddick. Porque o quiseram contratar?
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CC: Nós estávamos interessados em Lance desde o seleção para o personagem de Mr. Eko, mas nessa altura ele estava indisponível devido "The Wire". Só depois disso procurámos o Adewale [Akinnuoye-Agbaje, que acabou por ficar com o papel]. Quando surgiu outra oportunidade depois da recente temporada de "The Wire", saltámos para ele, com um papel que nos pareceu adequado ao seu foco e intensidade completa.
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EW: Não tenho como questionar isto, porque sou um mero repórter . Contudo, de acordo com que li na Web, a descrição do papel para o qual vocês alegadamente contrataram o Lance - o "recrutador corporacional rude" - é bastante semelhante à descrição do personagem de Richard Alpert, que foi interpretado na temporada anterior por Nestor Carbonell, que é agora um ator regular na série Cane da CBS. Isto levou a vários questionamentos. Tipo se Lance vai preencher o vazio deixado por Nestor. Verdade?
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DL: Aqui nos escritórios do Lost, "recrutador corporacional" significa algo completamente diferente de "recrutador corporacional". Digamos apenas que a correção faz parte do conjunto de características dos personagens. Se as pessoas estão a entender que ele é um "Outro", ou que tem o mesmo trabalho de Alpert, nós encorajamos a pensar assim, mas não a confirmamos nem desmentimos.
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EW: Ok. E em relação à Rebecca Mader? Tenho de admitir, a minha ignorância da cultura pop é tão grande, que não faço a mínima ideia de quem seja essa pessoa. Quem é ela e porque gostaram dela?
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CC: Ela é uma bonita e jovem atriz britânica. Nós fizemos audições para este papel e ela venceu com o seu charme e carisma. As pessoas comparam-na a uma jovem Nicole Kidman - ela tem essa força, beleza, efervescência e acessibilidade.
DL: O que foi mesmo engraçado na audição da Rebecca é que ela a fez em cassete, mas o produtor que estava com ela perguntou-lhe "Tudo o que está no teu currículo é da BBC – você é britânica?". Ela disse que sim e nós pedimos-lhe que lesse novamente, desta vez com sotaque britânico, o que abriu toda uma outra dimensão que não tínhamos planejado. Agora ela é inglesa.
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EW: Então a personagem dela em Lost é inglesa?
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DL: Agora é.
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EW: Jeremy Davies. Porquê?
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CC: Ele é uma dessas oportunidades incríveis. Ele é do tipo que somente faz filmes e, para ele fazer um papel na nossa série, é algo entusiasmante. Ele é um dos nossas atores preferidos - um autêntico camaleão. Na verdade nós reagimos aquilo que ele fez em Solaris. A forma como ele desenvolveu aquele personagem foi impressionante.
DL: Ele é um verdadeiro "ator de ator". Há inteligência que se retira deste tipo. Ele é normalmente o tipo mais esperto na sala em qualquer papel que interprete - essa qualidade transformativa, aliada à tremenda inteligência que parece emanar dele, pareceu-nos perfeita para esta personagem em particular.
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EW: Finalmente, Jeff Fahey, porquê ele?
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CC. The Lawnmower Man e The Marshall são meus favoritos. E ele tem os olhos mais intensos de qualquer tipo que há por aí e digo isto como um homem não gay.
DL: Fahey é um daqueles atores que se integra no modelo de Lost: Ele tem um talento enorme e vai ser vagamente reconhecido por algumas pessoas, mas ele vai chegar à nossa ilha sem que a maior parte das pessoas diga: "Oh, eu sei quem é aquele tipo". E especialmente para o papel que o contratamos, ele tem exatamente as sensibilidades corretas. Ele tem uma vida pessoal muito interessante. Não é apenas um ator profissional em si. Ele atua, mas faz outros tipos de coisas" .
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EW: Que tipo de coisa?
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CC: Ele tem coordenado um orfanato em Kabul, no Afeganistão.
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EW: Estão brincando?
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CC e DL: Não.
DL: Quando o Carlton ligou para lhe oferecer o papel ele estava em Caracas, Venezuela, com a idéia de estabelecer um orfanato por lá.
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EW: Fantástico. Prosseguindo. Numa perspectiva mais superficial, as fotografias mais recentes de Fahey mostram-no com uma barba volumosa. Vocês vão pedir que ele corte?
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CC: Honestamente, não sabemos. Esta semana vamos encontrar com ele para almoçar e no nosso entendimento é que sim, ele tem uma barba. Mas não fazemos ideia se a barba aparecerá em Lost e, francamente, eu quero vê-la. Porque, dado o personagem que temos em mente para ele, uma barba pode funcionar.
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Fonte: Entertainment Weekly